Jacques de Molay
Jacques de Molay
Biografia
Aos seus 21 anos de idade, como muitos filhos da nobreza européia, de Molay entrou para a Ordem dos Cavaleiros Templários, organização sancionada pela Igreja Católica Apostólica Romana em 1128, para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre, sendo a última, à época, um importante porto no mar Mediterrâneo. A Ordem dos Cavaleiros Templários participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e heroísmo.
Nobres de toda a Europa enviavam seus filhos para serem cavaleiros templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em todo o continente europeu e Oriente Médio.
Em 1298, Jacques de Molay foi nomeado grão-mestre dos Cavaleiros Templários, uma posição de poder e prestígio. Assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Thibaud Gaudin, no mesmo ano - 1298.
Como Grão-Mestre, Jacques passou por uma difícil posição pois as cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno derrotou as Cruzadas em batalhas. capturando algumas cidades e portos vitais dos cavaleiros templários e dos hospitalários (outra ordem de cavalaria), restaram apenas um único grupo do confronto contra os sarracenos.
Os templários resolveram, então, se reorganizar e readquirir sua força. Viajaram para a ilha de Chipre, esperando que o público geral se levantasse em apoio à outra Cruzada.
Em vez de apoio público, como sempre, os cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos senhores feudais, muito deles seus parentes, pois para se entrar na ordem teria de se pertencer à nobreza. Em 1305, Filipe IV, "o belo", rei de França, resolveu obter o controle dos templários para impedir a ascensão da ordem no poder da Igreja católica. O rei era amigo de Jacques de Molay, um de seus filhos era afilhado do mesmo, o delfim Carlos, que mais tarde seria rei de França como Carlos IV. Mesmo sendo seu amigo, o rei de França tentou juntar a ordem dos Templários e a dos Hospitalários, pois sentiu que as duas ordens formavam uma grande potência econômica. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza.
Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto, o então rei de França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários, tendo chamado um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O tal nobre teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão-Mestre Jacques de Molay, e como recompensa receberia terras pertencentes aos templários logo após derrubá-los.
O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques de Molay havia ido a França para o funeral de um membro feminino da Casa Real Francesa e havia levado consigo poucos cavaleiros. Na madrugada de 13 de outubro, ele e seus homens foram capturados e lançados nas masmorras por um homem de confiança do rei Filipe IV, Guilherme de Nogaret.
Durante sete anos, Jacques de Molay e os cavaleiros aprisionados sofreram torturas e viveram em condições subumanas. Enquanto isso, Filipe IV gerenciava as forças do papa Clemente V para condenar os templários. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a proteção de Filipe.
Após três julgamentos, Jacques de Molay continuou sendo leal para com seus amigos e cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas por de Molay. Desmestiu, então, as mesmas confissões. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão era a morte. Foi julgado pelo Papa Clemente V, e assim como Jacques de Molay, outro cavaleiro, Guy d'Auvergne, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados. O rei Filipe IV, o belo, ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques de Molay se tornou um testemunho de lealdade e companheirismo. De Molay veio a falecer aos seus 70 anos de idade no dia 18 de março de 1314.
Durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do então rei de França, Filipe IV, o belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e o conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.
Grão-Mestrado
Jacques de Molay assume o grão-mestrado da ordem em 1295, não se sabendo no entanto a data exata da sua eleição. Será eleito em detrimento de outra figura de peso dentro da ordem, Hugues de Pairaud, sobrinho do visitador do templo em França.
No inicio do seu grão-mestrado é conhecido pela sua ação a favor de uma nova cruzada, desenvolvendo uma campanha diplomática na França, Catalunha, Inglaterra, nos estados da península itálica e nos estados pontifícios. Esta campanha visou não só resolver problemas internos que a ordem tinha, como também problemas locais, sendo resolvidas diversas disputas entre a ordem e bispos e também no sentido de pressionar as coroas e a Igreja a uma nova cruzada.
Organiza a partir da ilha de Chipre ataques contra as costas egípcias e síria para enfraquecer os mamelucos, providencia apoio logístico e armado ao Reino Arménio da Cilícia, e chega a intentar uma aliança com o Canato da Pérsia, sem resultados visíveis. Outro assunto que será discutido durante o seu mestrado na ordem será o da fusão entre as duas maiores ordens militares, a do Templo e a do Hospital numa só. A Ordem do Templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto à razão da sua existência. As suas funções de proteger os peregrinos e de defender a Terra Santa tinham cessado quando se retiraram para a ilha de Chipre. Jacques de Molay, em maio de 1307, em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguira apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realiza.
A prisão e o processo
Esta manobra régia impedira o inquérito pontifício pedido pelo próprio grão-mestre, o qual interno à Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canônico, emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna.
A prisão, as torturas, as confissões do grão-mestre, criam um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efetuar esta ação. Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe, o Belo e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o grão-mestre e o preceptor da Normandia, Geoffroy de Charnay sob custódia dos agentes do rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos.
Em 1314 o rei pressiona para uma decisão relativa à sorte dos prisioneiros. Já num estado terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão. As suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao rei que a temida recuperação da ordem não será efetuada. Perante a comissão Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay proclamam a inocência de toda a ordem face às acusações dirigidas a ela, a comissão pára o processo e decide consultar a vontade do papa neste assunto.
Ao ver que o processo estava ficando fora do seu controle e estando a absolvição da ordem ainda pendente, Filipe IV, o belo, decide um golpe de mão para que a questão templária fosse terminada. Ordena o rapto de Jacques de Molay e de Geoffroy de Charnay, então sob a custódia da comissão de bispos, e ordena que sejam queimados numa fogueira na Île de la Cité, pouco depois das vésperas, em 18 de março de 1314.
Com isso Jacques de Molay passou a ser conhecido como um símbolo de lealdade e companheirismo, pois preferiu morrer a entregar seus companheiros ou faltar com seu juramento. E por esse motivo o maçom estadunidense Frank Sherman Land veio a fundar a Ordem DeMolay, usando seu nome como mártir e exemplo a ser seguido.
Ordem DeMolay
Ordem DeMolay
A Ordem DeMolay é uma sociedade discreta de princípios filosóficos, fraternais, iniciáticos e filantrópicos, patrocinada pela Maçonaria, para jovens do sexo masculino com idade compreendida entre os 12 e os 21 anos. Fundada nos Estados Unidos dia 18 de março de 1919, em Kansas City, Missouri, pelo maçom Frank Sherman Land, é patrocinada e apoiada pela Maçonaria, oficialmente desde 1921, que na maioria dos casos cede espaço para as reuniões dos Capítulos DeMolay e Priorados da Ordem da Cavalaria - denominações das células da organização.A Ordem é inspirada na vida e morte do nobre francês Jacques De Molay, 23º e último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, morto em 18 de março de 1314 junto a outros membros da Ordem por não ter confessado as falsas acusações de pratica de diversos crimes, entre eles heresias e infidelidade à Igreja Católica, partidas do rei Filipe IV de França, e aceitas pelo papa Clemente V. Sendo motivo dessas acusações a ambição de Filipe pelas posses da Ordem dos Templários, pois em caso de prisão, os bens do acusado passariam a pertencer ao Estado francês.Há cerca de 205 milhões de membros em todo o mundo e mais de 200 mil no Brasil. O DeMolay que completa 21 anos de idade, é denominado Sênior DeMolay e passa a acompanhar os trabalhos da Ordem através da "Associação DeMolay Alumni". No Brasil, distribuídos em mais de setecentos Capítulos, os milhares de DeMolays regulares de todos os estados da federação se reúnem freqüentemente.No mundo, a Ordem DeMolay pode ser encontrada em: Aruba (Países Baixos), Alemanha, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Filipinas, Guam (Estados Unidos), Itália, Japão, México, Panamá, Paraguai, Perú e Uruguai.No dia 08 de abril de 2008, o Deputado Estadual de São Paulo Bruno Covas criou o Dia do DeMolay no Estado de São Paulo, através da Lei Estadual nº 12.905, a ser comemorado anualmente no dia 18 de março de cada ano. No dia 19 de janeiro de 2010, o ex-presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, através da Lei Federal nº 12.208, insituiu o dia 18 de março como o Dia Nacional do DeMolay, seguindo o exemplo de Bruno Covas, que escolheu esta data por marcar a data de falecimento de Jacques de Molay, herói mártir da Ordem.
Princípios
Os princípios da Ordem são baseados em virtudes como a fraternidade e o companheirismo, incentivando cada membro a trilhar seu caminho seguindo preceitos que são considerados pela Ordem diferenciais na vida de um líder e determinantes para seu destino.Os baluartes da Ordem são a defesa das Liberdades:
- "Religiosa" representada pelo Livro Sagrado.
- "Civil", representada pela Bandeira Nacional.
- "Intelectual", representada pelos Livros Escolares.
- Um DeMolay serve a Deus;
- Um DeMolay honra todas as mulheres;
- Um DeMolay ama e honra seus pais;
- Um DeMolay é honesto;
- Um DeMolay é leal a ideais e amigos;
- Um DeMolay executa trabalhos honestos;
- Um DeMolay é cortês;
- Um DeMolay é sempre um cavalheiro;
- Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;
- Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;
- Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;
- A palavra de um DeMolay é tão válida quanto sua confiança;
- Um DeMolay, por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis aos quais ele se comprometeu.
Sete Virtudes Cardeais de um DeMolay
A Ordem DeMolay invoca sete luzes, simbolizando as sete virtudes cardeais de um DeMolay, que iluminam seus caminhos conforme passam pela estrada da vida, simbolizando tudo que é bom e correto, a base de suas vidas.
Amor Filial: é o amor e carinho que devemos ter por nossos pais, que nos semearam, geraram, nos ensinaram as primeiras lições de nossas vidas e se sacrificaram por nós. Através deles nós tivemos as primeiras lições de educação, respeito e na crença em Deus.
Reverência pelas Coisas Sagradas: significa a crença em Deus, não importando a sua religião. Para ser um DeMolay o jovem tem que ter fé Nele e provar o quanto ama e deseja servir a Deus.
Cortesia: cortesia, educação e solidariedade são princípios que um DeMolay procura por em prática usando a filantropia, mas somente válida quando é feita com sentimento, colocando o coração naquilo que faz. Os DeMolays têm uma regra que diz:
"Para ser útil à sociedade não é necessário ser um DeMolay, mas para ser um DeMolay é necessário ser útil à sociedade".
Companheirismo: é ser um amigo leal, tanto nas horas boas quanto nas ruins. O verdadeiro companheiro e amigo é aquele que estende a mão para um Irmão, que está despencando de um abismo, segurá-la. Companheirismo é levar uma chama de amizade no coração, para que, quando um amigo estiver no meio do túnel, ela possa iluminar e mostrar onde está a saída.
Fidelidade: é sempre acreditar em seus ideais e virtudes, mantendo em segredo tudo aquilo que lhe for ensinado. É ser fiel a Deus, à sua Pátria e a seus amigos, seguindo o exemplo de fidelidade de Jacques DeMolay, que preferiu morrer a trair seus Irmãos.
Pureza: é ser um cidadão idôneo, puro de alma e de coração; é sempre estar de bem com a própria consciência. É manter a mente longe de tudo que vá contra os princípios de um bom cidadão.
Patriotismo: é respeitar e defender a nossa Pátria, nosso Estado e nossa Cidade e, além disso, conservar tudo que diz respeito ao patrimônio público, como escolas, asilos, orfanatos e hospitais, que prestam ajuda às pessoas mais carentes de nossa sociedade.
Como tudo começou?
Como tudo começou?
Como dizia Frank Shermann Land, o Fundador da Ordem DeMolay: "The beginning that is important" - O começo que é importante! Com efeito, tudo começou no início do ano de 1919, quando Frank Land conheceu o jovem órfão Louis Gordon Lower.
Foi no início de janeiro de 1919 que Frank Shermann Land, diretor do Departamento de Serviço Social do Rito Escocês em Kansas City, Missouri, EUA, atendeu o telefone e reconheceu a voz de Sam Freet, membro da ARLS Ivanhoe, contando a história do irmão Elmer Lower, Companheiro Maçom daquela mesma Loja, que havia falecido há cerca de um ano. Pelo telefone, Sam pediu a Land que conseguisse um emprego para o filho mais velho do falecido irmão Lower, o jovem Louis, com 17 anos na época.
Na outra tarde, ocorreu o primeiro encontro que mudaria a vida de milhares de jovens em todo o mundo, entre Frank S. Land e Louis Lower, futuro primeiro demolay. O jovem demonstrou uma honestidade de caráter e uma aptidão natural para a liderança, trajava roupas humildes porém se expressava muito bem, e possuía grande carisma. Land pensou, se tivesse um filho homem, gostaria que fosse como ele.
Louis disse ser um bom aluno, mesmo com os tempos difíceis que sua família estava passando, confidenciou ainda sua vontade em concluir os estudos e auxiliar na educação de outros. Contou a Land também sobre seu pai. Por fim, Land o contratou para auxiliá-lo no escritório maçônico das Grandes Lojas.
A partir da convivência com Louis, Frank concluiu que outros jovens também deveriam estar desejosos de atenção paternal, independente de terem ou não pai falecido, pois os problemas do jovem Louis eram comuns a qualquer rapaz, visto que a adolescência é uma fase da vida de grandes conquistas e descobertas. Land então resolveu por em prática um grande sonho seu: orientar crianças e adolescentes sobre os princípios de uma vida correta. Estavam aí os objetivos imediatos que guiaram a fundação da Ordem DeMolay.
Para que a idéia se concretizasse, Frank Shermann Land viu a necessidade da criação de uma organização juvenil, que guiasse os jovens para que no futuro pudessem ser melhores cidadãos, algo que nenhum outro grupo existente na época oferecia. Frank Land teve então a idéia de formar uma espécie de clube para auxiliar jovens como Louis em seus problemas, com o objetivo de que os jovens pudessem ser melhores cidadãos no futuro, em todos os aspectos possíveis.
Frank Land pediu a Lower que o ajudasse a formar este clube para rapazes, e logo o jovem chamou oito de seus amigos para formarem o clube. No primeiro encontro, os nove jovens e Frank Shermann Land, um maçom, realizaram a primeira reunião, no Templo do Rito Escocês, para organizar esta fraternidade juvenil. Estes nove rapazes, que estudavam na mesma escola e que tinham entre 16 e 18 anos, convidaram então 24 de seus amigos para que se juntassem ao grupo em suas próximas reuniões.
Em 24 de março de 1919, os nove jovens, já acompanhados de seus 24 amigos, reuniram-se novamente no Templo Maçônico. A idéia de uma organização que fosse tanto educacional quanto inspiracional era bem aceita pelos jovens. A questão agora era descobrir como denominar esta nova organização. Frank Land então começou expondo nomes famosos da História, mas nenhum deles particularmente despertou interesse dos jovens.
Depois de muito debater sem consenso para um nome para a Associação, Clyde (um dos jovens), pediu a Land que contasse a eles sobre algo ligado a maçonaria. Land, então contou sobre Jacques DeMolay e toda sua história. Os garotos ficaram fascinados principalmente quando tomaram conhecimento da maneira trágica como sucumbiu o último Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, ao morrer queimado na fogueira em 1314, em Paris, França. Então unanimemente escolheu-se como patrono da organização o nome de Jaques DeMolay, um mártir da lealdade e da tolerância. Neste dia 24 de março a Ordem DeMolay era formalmente criada, realizando-se a primeira reunião oficial, com o número inicial de 33 jovens.
Nesta reunião de 24 de março de 1919, também fora feita a primeira reunião do Conselho DeMolay, elegendo-se temporariamente Gorman como Presidente e Lower como Secretário. Decidiram que para integrar o grupo deveria-se ter ao menos 16 anos e que quando completasse 21 anos ele se retiraria da associação.
E assim iniciou a Ordem DeMolay, com um maçom e nove garotos, motivados pelo exemplo de Jacques DeMolay. Originalmente a reunião de 24 de março, marca o início da Ordem, porém pela proximidade com o dia 18 de Março, data da morte de Jacques, adotou-se esta ultima data para ambas as situações.
Na segunda reunião Louis Lower foi o primeiro a ser iniciado, seguido de cada um de seus companheiros, prestando juramento sobre a Bíblia ofertada a Frank Land quando adolescente, em razão de méritos alcançados. Na terceira reunião uma proposta foi feita, a qual poderia evitar o futuro crescimento da Ordem DeMolay. Um dos rapazes propôs que o número de mebros fosse limitado a apenas 75 jovens. Porém, Frank advertiu-os de quanto egoístas estariam sendo, pois se a Ordem podia ser boa para eles, ela poderia também ser boa para outros jovens que ainda não conheciam a Ordem DeMolay.
Após as explicações de Frank Land estabeleceu-se o consenso de que não seria estabelecido número máximo de membros na Ordem. Isto serviu como um trampolim para o crescimento da Ordem, pois em menos de um ano, o Capítulo Mãe do Mundo, capítulo máter da Ordem DeMolay em Kansas City, atingia o número de 2.000 membros. Alguns meses após a fundação da Ordem DeMolay, Frank Land percebeu a necessidade de um Ritual e então pediu ao Maçom responsável pelo Setor Educacional de Kansas City, e Editor-Chefe do "Kansas City Journal", Frank Arthur Marshall, para que escrevesse um ritual para a ordem juvenil que estava nascendo.
A tradição dos antigos Cavaleiros Templários da Idade Média foi trazida ao nosso século pelas mãos firmes da Maçonaria, e o ritual deveria tornar-se a pedra angular da Ordem DeMolay. Juntos, eles escreveram o Ritual da Ordem DeMolay, baseado nesta tradição. O Ritual, que possui dois graus, segue os preceitos da Maçonaria e gira em torno de um Altar DeMolay, onde repousa a Bíblia e o jovem DeMolay se compromete em ser melhor filho e homem; honrar seus pais; amar e servir a Deus , a seu País e a todos os homens de bem; proteger as escolas públicas; não difamar ninguém e respeitar as opiniões dos outros. O Ritual foi utilizado pela primeira vez em setembro de 1919, tendo permanecido imutável em sua essência filosófica, tornando-se cada vez mais eficiente com o passar dos anos. Em 1921, Frank Land percebeu que devia dedicar-se em tempo integral ao seu projeto ou abandoná-lo. Land então se tornou Secretário Geral da Ordem DeMolay, cargo que ocupou até a data de sua morte, em 08 de novembro de 1959.
Em poucos anos após formada a Ordem DeMolay, a fama e a popularidade da organização se espalhou por todo os Estados Unidos, e os "Times de Iniciação" do Capítulo-Mãe logo estavam viajando por todas as partes dos EUA, iniciando novas classes de DeMolays em outras cidades e estados. Devendo ser restrito à Organizações Maçônicas, o patrocínio dos Capítulos DeMolay já era uma realidade para a Maçonaria norte-americana. Porém, também ficava decidido que a Ordem DeMolay não seria diretamente subordinada, em seu governo, a nenhuma potência maçônica, de maneira que todas as Lojas Maçônicas pudessem trabalhar e investir, igualitariamente, no preparo dos jovens. Depois de dois anos de fundação da Ordem, por motivo da sua grande expansão, Land imaginou a formação de algum tipo de Sede Central. Então um grupo de conceituados Maçons formaram um Conselho Deliberativo, que hoje é conhecido como Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay. Dentro de doze anos havia cerca de 1.000 Capítulos pelo mundo e cerca de 100.000 DeMolays. Durante a época de depressão americana, a Ordem passou por um período difícil, porém recuperou suas forças rapidamente. Em 1969, a Ordem DeMolay completou seu qüinquagésimo aniversário e se pôde olhar para trás e constatar a iniciação de um milhão de jovens. Não estava nos sonhos de Frank que o movimento por ele criado atingiria com tanta eficácia e rapidez tamanho número de jovens.
Na festa do cinqüentenário foi dado um passo decisivo para a expansão e solidificação da Ordem DeMolay no mundo. Naquela data foi assinada a DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS E RECONHECIMENTO DA MAÇONARIA NORTE-AMERICANA À ORDEM DEMOLAY, onde assinaram todos os Grão-Mestres das Grandes Lojas Norte-Americanas, o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho Mãe do Mundo do Rito Escocês Antigo e Aceito, diversas autoridades maçônicas representativas dos altos escalões da Maçonaria Mundial, e o Grão Mestre da Ordem Real da Escócia, garantindo à Ordem o reconhecimento das duas das mais importantes Potências Maçônicas do mundo: as Grandes Lojas norte-americanas, as quais juntas formam a Maçonaria mais forte do mundo; e a Grande Loja da Inglaterra (Grande Loja Mãe do Mundo), abrindo suas portas através da Ordem Real da Escócia.
Como primeira das atividades concretas da Ordem, fica o conhecimento de que mais de 3 milhões e meio de jovens já se ajoelharam perante os Altares da Ordem DeMolay em todo o mundo e que, atualmente, existem mais de 170.000 jovens ativos, com mais de 15.000 Capítulos sob o patrocínio de Grandes Lojas, Grandes Orientes, Supremos Conselhos, Lojas Simbólicas, Corpos Filosóficos e agrupamentos de Maçons, e que diversos Seniores DeMolay, como Walt Disney e Bill Clinton, tornaram-se homens de destaque no mundo.
A Ordem DeMolay floresceu e cresceu como um a das mais bem sucedidas organizações de todo o mundo. A Organização tem genuinamente assumido uma posição de imortalidade histórica pelos seus relevantes serviços de caridade, preparação de cidadãos e cooperação. Apoiada em seus sete preceitos basilares que abrangem os sentimentos mais positivos do homem, inspira os jovens a tornarem-se melhores filhos, melhores homens, melhores líderes e respeitáveis cidadãos para um melhor amanhã no mundo, intensificando a fraternidade universal.
Foi no início de janeiro de 1919 que Frank Shermann Land, diretor do Departamento de Serviço Social do Rito Escocês em Kansas City, Missouri, EUA, atendeu o telefone e reconheceu a voz de Sam Freet, membro da ARLS Ivanhoe, contando a história do irmão Elmer Lower, Companheiro Maçom daquela mesma Loja, que havia falecido há cerca de um ano. Pelo telefone, Sam pediu a Land que conseguisse um emprego para o filho mais velho do falecido irmão Lower, o jovem Louis, com 17 anos na época.
Na outra tarde, ocorreu o primeiro encontro que mudaria a vida de milhares de jovens em todo o mundo, entre Frank S. Land e Louis Lower, futuro primeiro demolay. O jovem demonstrou uma honestidade de caráter e uma aptidão natural para a liderança, trajava roupas humildes porém se expressava muito bem, e possuía grande carisma. Land pensou, se tivesse um filho homem, gostaria que fosse como ele.
Louis disse ser um bom aluno, mesmo com os tempos difíceis que sua família estava passando, confidenciou ainda sua vontade em concluir os estudos e auxiliar na educação de outros. Contou a Land também sobre seu pai. Por fim, Land o contratou para auxiliá-lo no escritório maçônico das Grandes Lojas.
A partir da convivência com Louis, Frank concluiu que outros jovens também deveriam estar desejosos de atenção paternal, independente de terem ou não pai falecido, pois os problemas do jovem Louis eram comuns a qualquer rapaz, visto que a adolescência é uma fase da vida de grandes conquistas e descobertas. Land então resolveu por em prática um grande sonho seu: orientar crianças e adolescentes sobre os princípios de uma vida correta. Estavam aí os objetivos imediatos que guiaram a fundação da Ordem DeMolay.
Para que a idéia se concretizasse, Frank Shermann Land viu a necessidade da criação de uma organização juvenil, que guiasse os jovens para que no futuro pudessem ser melhores cidadãos, algo que nenhum outro grupo existente na época oferecia. Frank Land teve então a idéia de formar uma espécie de clube para auxiliar jovens como Louis em seus problemas, com o objetivo de que os jovens pudessem ser melhores cidadãos no futuro, em todos os aspectos possíveis.
Frank Land pediu a Lower que o ajudasse a formar este clube para rapazes, e logo o jovem chamou oito de seus amigos para formarem o clube. No primeiro encontro, os nove jovens e Frank Shermann Land, um maçom, realizaram a primeira reunião, no Templo do Rito Escocês, para organizar esta fraternidade juvenil. Estes nove rapazes, que estudavam na mesma escola e que tinham entre 16 e 18 anos, convidaram então 24 de seus amigos para que se juntassem ao grupo em suas próximas reuniões.
Em 24 de março de 1919, os nove jovens, já acompanhados de seus 24 amigos, reuniram-se novamente no Templo Maçônico. A idéia de uma organização que fosse tanto educacional quanto inspiracional era bem aceita pelos jovens. A questão agora era descobrir como denominar esta nova organização. Frank Land então começou expondo nomes famosos da História, mas nenhum deles particularmente despertou interesse dos jovens.
Depois de muito debater sem consenso para um nome para a Associação, Clyde (um dos jovens), pediu a Land que contasse a eles sobre algo ligado a maçonaria. Land, então contou sobre Jacques DeMolay e toda sua história. Os garotos ficaram fascinados principalmente quando tomaram conhecimento da maneira trágica como sucumbiu o último Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, ao morrer queimado na fogueira em 1314, em Paris, França. Então unanimemente escolheu-se como patrono da organização o nome de Jaques DeMolay, um mártir da lealdade e da tolerância. Neste dia 24 de março a Ordem DeMolay era formalmente criada, realizando-se a primeira reunião oficial, com o número inicial de 33 jovens.
Nesta reunião de 24 de março de 1919, também fora feita a primeira reunião do Conselho DeMolay, elegendo-se temporariamente Gorman como Presidente e Lower como Secretário. Decidiram que para integrar o grupo deveria-se ter ao menos 16 anos e que quando completasse 21 anos ele se retiraria da associação.
E assim iniciou a Ordem DeMolay, com um maçom e nove garotos, motivados pelo exemplo de Jacques DeMolay. Originalmente a reunião de 24 de março, marca o início da Ordem, porém pela proximidade com o dia 18 de Março, data da morte de Jacques, adotou-se esta ultima data para ambas as situações.
Na segunda reunião Louis Lower foi o primeiro a ser iniciado, seguido de cada um de seus companheiros, prestando juramento sobre a Bíblia ofertada a Frank Land quando adolescente, em razão de méritos alcançados. Na terceira reunião uma proposta foi feita, a qual poderia evitar o futuro crescimento da Ordem DeMolay. Um dos rapazes propôs que o número de mebros fosse limitado a apenas 75 jovens. Porém, Frank advertiu-os de quanto egoístas estariam sendo, pois se a Ordem podia ser boa para eles, ela poderia também ser boa para outros jovens que ainda não conheciam a Ordem DeMolay.
Após as explicações de Frank Land estabeleceu-se o consenso de que não seria estabelecido número máximo de membros na Ordem. Isto serviu como um trampolim para o crescimento da Ordem, pois em menos de um ano, o Capítulo Mãe do Mundo, capítulo máter da Ordem DeMolay em Kansas City, atingia o número de 2.000 membros. Alguns meses após a fundação da Ordem DeMolay, Frank Land percebeu a necessidade de um Ritual e então pediu ao Maçom responsável pelo Setor Educacional de Kansas City, e Editor-Chefe do "Kansas City Journal", Frank Arthur Marshall, para que escrevesse um ritual para a ordem juvenil que estava nascendo.
A tradição dos antigos Cavaleiros Templários da Idade Média foi trazida ao nosso século pelas mãos firmes da Maçonaria, e o ritual deveria tornar-se a pedra angular da Ordem DeMolay. Juntos, eles escreveram o Ritual da Ordem DeMolay, baseado nesta tradição. O Ritual, que possui dois graus, segue os preceitos da Maçonaria e gira em torno de um Altar DeMolay, onde repousa a Bíblia e o jovem DeMolay se compromete em ser melhor filho e homem; honrar seus pais; amar e servir a Deus , a seu País e a todos os homens de bem; proteger as escolas públicas; não difamar ninguém e respeitar as opiniões dos outros. O Ritual foi utilizado pela primeira vez em setembro de 1919, tendo permanecido imutável em sua essência filosófica, tornando-se cada vez mais eficiente com o passar dos anos. Em 1921, Frank Land percebeu que devia dedicar-se em tempo integral ao seu projeto ou abandoná-lo. Land então se tornou Secretário Geral da Ordem DeMolay, cargo que ocupou até a data de sua morte, em 08 de novembro de 1959.
Em poucos anos após formada a Ordem DeMolay, a fama e a popularidade da organização se espalhou por todo os Estados Unidos, e os "Times de Iniciação" do Capítulo-Mãe logo estavam viajando por todas as partes dos EUA, iniciando novas classes de DeMolays em outras cidades e estados. Devendo ser restrito à Organizações Maçônicas, o patrocínio dos Capítulos DeMolay já era uma realidade para a Maçonaria norte-americana. Porém, também ficava decidido que a Ordem DeMolay não seria diretamente subordinada, em seu governo, a nenhuma potência maçônica, de maneira que todas as Lojas Maçônicas pudessem trabalhar e investir, igualitariamente, no preparo dos jovens. Depois de dois anos de fundação da Ordem, por motivo da sua grande expansão, Land imaginou a formação de algum tipo de Sede Central. Então um grupo de conceituados Maçons formaram um Conselho Deliberativo, que hoje é conhecido como Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay. Dentro de doze anos havia cerca de 1.000 Capítulos pelo mundo e cerca de 100.000 DeMolays. Durante a época de depressão americana, a Ordem passou por um período difícil, porém recuperou suas forças rapidamente. Em 1969, a Ordem DeMolay completou seu qüinquagésimo aniversário e se pôde olhar para trás e constatar a iniciação de um milhão de jovens. Não estava nos sonhos de Frank que o movimento por ele criado atingiria com tanta eficácia e rapidez tamanho número de jovens.
Na festa do cinqüentenário foi dado um passo decisivo para a expansão e solidificação da Ordem DeMolay no mundo. Naquela data foi assinada a DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS E RECONHECIMENTO DA MAÇONARIA NORTE-AMERICANA À ORDEM DEMOLAY, onde assinaram todos os Grão-Mestres das Grandes Lojas Norte-Americanas, o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho Mãe do Mundo do Rito Escocês Antigo e Aceito, diversas autoridades maçônicas representativas dos altos escalões da Maçonaria Mundial, e o Grão Mestre da Ordem Real da Escócia, garantindo à Ordem o reconhecimento das duas das mais importantes Potências Maçônicas do mundo: as Grandes Lojas norte-americanas, as quais juntas formam a Maçonaria mais forte do mundo; e a Grande Loja da Inglaterra (Grande Loja Mãe do Mundo), abrindo suas portas através da Ordem Real da Escócia.
Como primeira das atividades concretas da Ordem, fica o conhecimento de que mais de 3 milhões e meio de jovens já se ajoelharam perante os Altares da Ordem DeMolay em todo o mundo e que, atualmente, existem mais de 170.000 jovens ativos, com mais de 15.000 Capítulos sob o patrocínio de Grandes Lojas, Grandes Orientes, Supremos Conselhos, Lojas Simbólicas, Corpos Filosóficos e agrupamentos de Maçons, e que diversos Seniores DeMolay, como Walt Disney e Bill Clinton, tornaram-se homens de destaque no mundo.
A Ordem DeMolay floresceu e cresceu como um a das mais bem sucedidas organizações de todo o mundo. A Organização tem genuinamente assumido uma posição de imortalidade histórica pelos seus relevantes serviços de caridade, preparação de cidadãos e cooperação. Apoiada em seus sete preceitos basilares que abrangem os sentimentos mais positivos do homem, inspira os jovens a tornarem-se melhores filhos, melhores homens, melhores líderes e respeitáveis cidadãos para um melhor amanhã no mundo, intensificando a fraternidade universal.
Alguns DeMolays Brasileiros
- Jorge Wagner - Jogador de futebol que atua como meia
- José Carlos - Jogador de futebol que atuou como goleiro
- Giba - Jogador de voleibol que atua como ponteiro.
- Dante Amaral - Jogador de voleibol que atua como ponteiro
- Mateus Pedro Liduário de Oliveira - Cantor sertanejo da dupla Jorge & Mateus
- Flávio Steffi Júnior , é produtor de eventos e ex BBB
História da Ordem DeMolay
Jacques DeMolay
Jacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância. Sabe-se que na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários
A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido.
Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda.
Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja.
Filipe IV, O belo
O ano de 1305 encontra a Ordem dos Cavaleiros do Templo e a Ordem dos Hospitalários sediados na ilha de Chipre, pois os muçulmanos haviam retomado a Terra Santa. Ansiavam por uma última Cruzada, que jamais ocorreu. O rei da França Felipe de Valois, conhecido como “Felipe o Belo”, concebeu um plano voltado a apoderar-se da enorme riqueza dos Templários e ter perdoada sua enorme dívida para com a Ordem e assim amealhar recursos para seus projetos temporais de ampliação territorial sobre a Inglaterra. Para tanto precisava da aquiescência do papa Clemente V (Bernardo de Goth, ex-arcebispo de Bordeaux) que, imediatamente, concebeu o plano de unificar as duas Ordens rivais, ou subordinar todos aos Hospitalários. Convocou os dois Grãos Mestres de ambas as Ordens a um encontro em Paris. O Grão Mestre dos Hospitalários deu uma desculpa convincente e faltou ao encontro. Jacques De Molay, Grão Mestre dos Templários, então contando quase 70 anos de idade, compareceu ao encontro com dois documentos: um plano detalhado para uma nova Cruzada (que presumia ser o principal motivo da convocação) e um arrazoado explicando as diferenças e motivos que considerava relevantes para manter Templários e Hospitalários como ordens distintas.
De Molay foi recebido com todas as honras em Paris. Durante dois anos – período durante o qual Felipe de Valois ficou de apresentar sua decisão final sobre os dois documentos trazidos por Jacques De Molay – Guilherme de Nogaret, ministro de Felipe “o Belo”, arquitetou o plano para aprisionar a um só tempo todos os Templários em todos os pontos da Europa. Foram expedidas cartas lacradas aos senescais (líderes políticos e religiosos locais) de todas as paróquias com ordens expressas de somente abri-las a 12 de setembro de 1307. Naquela data, Jacques De Molay contava-se entre os maiores nobres da Europa a carregarem o caixão da princesa Catarina, falecida esposa do irmão do rei Felipe, Carlos de Valois. No mesmo momento em que o Grão Mestre dos Templários participava deste solene evento fúnebre em companhia dos nobres, não havia meios que lhe permitissem saber da trama, menos ainda do conteúdo das cartas que, abertas, tornariam a sexta-feira 13 (naquele caso de setembro de 1307) o dia mais aziago do ano: 15 mil homens (o número total de Cavaleiros Templários) deveriam ser aprisionados em grilhões especialmente confeccionados e despachados a todos os pontos com esta finalidade.
DeMolay e milhares de outros Templários foram presos e atirados em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente V a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir onde todas as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se.
Papa Clemente V
Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de DeMolay e três de seus Preceptores na Ordem. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de Jacques DeMolay há seis anos passados. A sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas DeMolay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy D'Avergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época, isso era uma retratação de confissão e punida por morte. A comissão suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Felipe não quis adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde.
Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos no pelourinho, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim. Apesar do corpo de DeMolay ter perecido naquele dia, o espírito e as virtudes desse homem, para quem a Ordem DeMolay foi denominada, viverão para sempre.
"Embora o corpo de DeMolay tivesse sucumbido aquela noite, seu espírito e suas virtudes pairam sobre a Ordem DeMolay, cujo nome em sua homenagem viverá eternamente."
Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando-os, bem como aos descendentes do Rei da França, Filipe "O Belo":
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